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Pole
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Stefen Bekte, ou Pole, marcou em "1", de 1999, um ponto de viragem para o contínuo do Dub: despindo-o, evidenciando o esqueleto que o sustenta, tomando as regras e os códigos da linguagem para os reconstruir, reconfigurar num outro modelo, numa outra forma de pensar música. O resultado é a fantasmagoria que se ouve, comum aos 3 discos aqui compilados. As caudas reverberadas e ecoadas dos skanks criam passagens ambientais, os pequenos capítulos pelos quais respiramos antes de os subgraves partirem para a vibração dos corpos. Resquícios de dubplates digitalizadas, basslines computorizadas, pequenos fósseis de informação musical que, através da passagem do lado terrestre, orgânico, para o digital, ganham sentido no universo computacional de Pole. Digi-dub ou digi-reggae não entram aqui, porque a música de Pole não é uma emulação das fórmulas transpostas para um DAW ou replicadas em instrumentos virtuais; a música aqui é um reflexo do outro lado, o Dub num universo paralelo, com fragmentos melódicos de melódica ou harmónica, pequenos ruídos, recordações do ritmo próprio do reggae, marcado pela sugestão de uma tarola ao terceiro tempo (e não no segundo e quarto, como é comum na música ocidental), com outros não-instrumentos - os samples, bleeps e bloops que se reconfiguram, à moda Alemã, numa conversa de pequenas quebras, silêncios e interjeições electrónicas. Três discos que definiram um estilo inimitável, uma proposta de música que até então (e provavelmente até hoje) se provou inaudita. Históricos.
