The Experience Of Repetition As Death
Clarice Jensen
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Clarice Jensen, de Brooklyn, transpõe a sua formação em violencelo para um conjunto de ensaios sobre repetição, minimalismo, o prolongamento de notas que cria uma sensação de eternidade. A ideia de morte, apesar de muito presente no disco - e, segundo Jensen, o acompanhamento à sua mãe na fase terminal de uma doença serviu de mote para os temas aqui desenvolvidos - assume uma forma e uma força incontestáveis. Nas composições, as melodias surgem primeiramente para depois serem estendidas e caberem nessa ideia de repetição, eternidade ou um fim prolongado (morte), com todo o mistério subjacente a revelar-se, desmistificar-se. Uma transcendência semelhante à que encontrávamos em Eliane Radigue, a ideia de musicalizar e interpretar noções que se tomam como inexoráveis ou incompreensíveis, de as tornar mais claras, serenas e clarividentes: aqui, a pureza das caudas reverberadas pelas cordas, os ecos que ficam pairam e os outros processamentos de som escolhidos pela compositora aproximam-nos, em espírito, à sua música, a meio caminho do que se nos rodeia e do que está longe, bem longe da nossa compreensão. "The Experience of Repetition as Death" assume essa forma pura, ingénua, genuína, aproximando-nos ao desconhecido, ao incompreensível, ao metafísico, fazendo-nos crer, deste lado, que no fio do tempo todos temos o nosso lugar bem definido. Drones e melodias puras, a musicalização do intangível.