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Heaven To A Tortured Mind

Yves Tumor

Warp

Regular price €25,00

Tax included.

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Um ano e meio após “Safe In The Hands Of Love”, Yves Tumor encontrou doze novas canções que sobrevivem em tempos únicos, onde um artista é um ilusionista de estúdio e um péssimo performer. Não há qualquer engano nesta afirmação, Yves Tumor é um reflexo – bom ou mau, fica ao gosto de cada um – do melhor e do pior que existe na música desde meados da década passada. Óptimo a criar o artifício em estúdio, possibilitando egos ambientais magníficos como “Serpent Music” – ou a do-outro-mundo “Limerence” em “Mono No Aware” –, esculturas mutantes-pop, percebendo bem a “canção” nestes tempos confusos, como “Safe In The Hands Of Love” ou este “Heaven To A Tortured Mind”. Que não haja engano, este é um disco-momento – ou monumento – pop criado por Yves Tumor. Só que depois há a contradição de não saber justificar isto em performance. Ou, melhor, transformar a sua música em demais-performance. É como se não soubesse o que faz, ou pior, quisesse dizer à audiência que ela não percebe o que faz: no fundo, dar uma mentira a quem é seu fã. Pode parecer cruel para com Yves Tumor. É apenas um reflexo da dificuldade desta música – pop – de quarto em existir noutro espaço. E poder-se-ia dizer que essa contradição faz parte do charme, da arte, de Yves Tumor, só que isso é justificar o problema com outro problema. Contudo, essa contradição, melhor, a sua incapacidade de saber agir com uma audiência, pode ser uma motivação para ser um verdadeiro monstro quando está a gravar um álbum. Afinadíssimo, concentrado na construção de uma soul que possa viver com ruído, confusão, e desvendar a melodia no lugar inesperado, enquanto a sua voz dita ilusões de artista, que correspondem ao ideal de vazio do artista de hoje. Em “Heaven To A Tortured Mind”, Yves Tumor calca o caminho que abriu com o álbum anterior. Mais astuto, encontrou uma forma de colocar a sua voz na confusão e aprendeu a imitar – muito bem - Dean Blunt. Por isso, este é um álbum totalmente concentrado em ser maior, em aceitar o artifício com toda a glória. Por isso, soa maior do que a vida, a um álbum estupendo, inovador, com visão. Mas é tudo falso. Yves Tumor é muito bom a contar mentiras. E as suas mentiras batem forte.