Handwriting
Khonnor
Vindo do local mais improvável da América profunda (excepto Alasca e Hawaii), Connor Kirby-Long é Khonnor, afinal canadiano e tem a timidez de um jovem que, por razões familiares, teve que esconder a sua música de dos seus pais e de toda a gente. Fechou-se em casa, mentiu, e escondido fez a sua música, sussurrante para não ser descoberto. Aproveitou a sua guitarra, usou um computador pessoal e tentou o pior microfone possível. Teve a inteligência de diluir os erros e as falhas num caldeirão electrónico, e assim nasceu uma folk também improvável, irregular, hesitante, subindo a fasquia etária de um álbum que nunca mostra os 17 anos do seu autor. Com a fama a crescer de mês para mês, Khonnor é a estrela lo-fi que fez a emulação perfeita dos Spacemen 3 ou My Bloody Valentine em 'shutdown' progressivo, uma versão de baixa-voltagem da corrente indie, entornou ácido letal nos Dntel ou Postal Service. Ambiental, bastardo, convulsivo, poderoso. Foi tudo espontâneo e inconsciente, e por isso é uma das estreias mais importantes dos últimos anos. Façam o favor de a descobrir.