Faint Wild Light
Faint Wild Light
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Faint Wild Light é o nome no qual se esconde a pele folk de James Ginzburg (Emptyset). Dupla inversão de regras aqui, alguém de costelas electrónicas a ir para a folk (até costuma ser o contrário) e a Digitalis a dedicar-se a um disco do género: não é excepção, é incomum. “Faint Wild Light” tem aquelas rigorosas ideias de quem se aventura por outro género. Ou seja, há um esquema bem moldado, estruturas convincentes e que não saem um milímetro ao lado. Como se fosse feito a medo – mas não é – e o dever de ser rigoroso transformar-se num peso e em regras que têm de ser cumpridas. Contudo, é precisamente essa espécie de feitiço que tornam “Faint Wild Light” num disco encantador, porque o trabalhar as certezas faz com que cada canto seja algo inesperado. É um disco tremendamente pastoral – daqueles que não ouvimos há anos – e com uma preocupação na composição que faz com que sinta tanto o fulgor pagão de tantos britânicos dos 60s e dos 70s, sensações de fantasmas de um Nick Drake ou um bisbilhotar de Neil Young. É algo com um princípio e um fim, com ecos do passado, mas ideias que não poderiam existir noutra altura senão agora. Aposta arriscada da Digitalis. Acertou em cheio.
