Terra Dormente
Filho da Mãe
LISTEN:
CLIP1 - CLIP2 - CLIP3 - CLIP4 - CLIP5
De Rui Carvalho / Filho da Mãe não tínhamos notícias desde 2018. “Água-Má” ouvia-se como um álbum imensamente resolvido, uma evolução aspiracional face à sua discografia do passado. “Terra Dormente” sente-se como um temporal de emoções, um álbum à procura de resolução de tema para tema. Ao ouvi-lo, o título passa rapidamente de uma “Terra Dormente” para uma tormenta, pelo desconforto que se sente de um músico a tatear caminhos, a encontrá-los, a enganar-se nas saídas e a procurar outras entre uma insistência inabalável e o algum desespero. “Terra Dormente” existe como disco preso na pandemia, convulsionado pela ideia de uma saída incerta e pelas falsas certezas de que se está a ver alguma luz. Um álbum de pandemia, portanto, que acontece/existe sem esbarrar nela. Ou seja, essa condição de prisão não é problema, o segredo não está em procurar/encontrar a saída, mas como viver sem ela. Nesse desconcerto, nas inimagináveis soluções que Filho da Mãe vai encontrando para considerar um caminho para as suas canções, existe um álbum real, ferido, com uma história que se tem de ouvir.
