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Queens of the Circulating Library

Coil

DAIS

Regular price €25,00

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Não precisamos de nos prolongar em introduções quando falamos de Coil. É dos grupos da família de música industrial inglesa com maior variedade no seu output, onde cada disco se afirma como peça singular - e quase todos os temas de todos os discos se distinguem entre si, invariavelmente. "Queens of the Circulating Library" nasce no âmago da fase de electrónica - pura - de Coil, o da viragem do século, com recurso à ajuda de Thighpaulsandra que os empurrou para uma outra direcção, a da electrónica mais progressiva, qual aluno atento da escola de Berlim. Na sequência dos drones intensos de "Time Machines", e continuando esse legado de expansão temporal, mental - agente directo de um enaltecimento de percepção - os drones que aqui ouvimos são ricos em detalhes. Frequências puras, cristalinas, límpidas, vão serpenteando pela panorâmica estéreo, por baixo da voz de Dorothy Lewis (mãe de Thighpaulsandra, cantora de ópera) que, de maneira críptica, análoga, releva a importância da mãe natureza como fonte de conhecimento ("The forest is a college, each tree a university"), em oposição a uma experiência mediada pelos livros ("Words, words, words, words! You may as well listen to the birds"). Estes tais pássaros vão-se ouvindo pelo tema, sugerindo quase uma necessidade de transposição entre o real (field recordings, voz humana) e o fantástico (os drones psicadélicos e outros efeitos electrónicos, belos, que vão pincelando a tela aqui apresentada), criando ilusões e paisagens mentais necessárias para uma psique estimulada. Incentivo à vida offline, uma ligação aos elementos com percepção apurada do éter que sobrevoa tudo e todos. Isto era típico em Coil, e é uma mensagem que, hoje, face à exponencial dependência tecnológica, sugere diferentes leituras e reafirma estas necessidades. Ilustração do lago metafísico onde se banhavam os músicos, uma espécie de portal aberto para as dimensões hiper-reais habitadas por eles. Um convite directo à participação do ouvinte, qual mantra que promete, se não um escape, pelo menos um refúgio das inconveniências do inescapável status quo tecnológico. Reedição essencial de um CD que foi apenas disponibilizado em concerto na apresentação de "Time Machines", no ano de 2000, em Londres. Aproveitem a boleia.