Life Metal
Sunn O)))
LISTEN:
CLIP1 - CLIP2 - CLIP3 - CLIP4
Gravado sob técnicas exclusivamente analógicas, produzido e masterizado por Steve Albini que, segundo a banda, fez com que o disco soasse exactamente como o que saía directamente dos amplificadores Sunn: é a antítese do death metal, como indica o título, erguido em celebração da luz e da vida. Contraste enorme com edições como “Black One”, em "Between Sleipnir's Breaths", entre os habituais drones tântricos, brutos, ouvimos os cânticos angelicais de Hildur Guðnadóttir, qual salvadora descendendo dos céus em auxílio dos espíritos perturbados, qual Valquíria sobrevoando o campo de batalha. Disco evidentemente baseado em contrastes, porque em "Troubled Air" o espaço impenetrável dos drones compõem o quadro escuro onde o órgão de Anthony Pateras opera texturas mais vivas e palpáveis, irrompendo como frechos de luz. Aproximando o disco à obra de Mark Rothko, é minimalista, primal na forma, insondável, místico, como o monólito de 2001: Odisseia no Espaço; nas últimas duas faixas ouvem-se maioritariamente as guitarras, tangíveis, livres de adornos, embalando o ouvinte num céu onde as texturas de feedbacks suspensos e de distorções rasgadas convidam à reflexão interior. A reverberação das guitarras, que se sobrepõem, configuram-se como uma ascensão, o arrebatamento para um nível elevado propulsionado pelo Wall of Sound etéreo que Stephen O'Malley e Greg Anderson conseguiram erguer. Megalítico.