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Desertshore / The Final Report

X-TG

Industrial Records]

Regular price €19,95

Tax included.
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Peter Christopherson morreu no dia 24 de Novembro de 2010. Vinte dias antes dessa data, na Casa da Música no Porto, os renovados Throbbing Gristle – rebaptizados subtilmente como X-TG – subiram ao palco para recomeçar um projecto que prometia pegar nas memórias do quarteto da melhor maneira possível. Recuando mais uns dias apenas, Genesis P-Orridge dirigia-se aos seus colegas dizendo que os TG não voltariam a contar com ele. De facto, tanto a data do Porto como a de Praga, dias antes, estavam programadas para apresentar o regresso do quarteto na sua máxima força. Se do concerto de Praga não sabemos muito, já o da Casa da Música não nos deixou senão petrificados. Aos poucos foram subindo uma muralha de som riquíssima em pormenores e inventividade, com uma elasticidade e força ímpares, fazendo-nos esquecer que aquele projecto tinha previsto um outro músico do calibre de Genesis P. O futuro parecia brilhante quando repentinamente terminou. E, passados dois anos, eis o que sobrou desses momentos históricos, dedicado a um dos nomes a quem mais se atribui a importância do som Coil ou, até, dos próprios Throbbing Gristle: é a Peter “Sleazy” Christopherson que “Desertshore” e “The Final Report” se dedicam. O primeiro é o culminar de um velho projecto de 2006 de Sleazy em que se tinha proposto reinventar o álbum de estreia de Nico. Após a sua morte seria terminado por Chris & Cosey e um leque de músicos e artistas por quem Sleazy tinha profunda admiração: Antony, Marc Almond e Blixa Bargeld, e também o realizador Gaspar Noé e a ex-actriz pornográfica Sasha Grey. É um álbum de canções, estraçalhadas por vento eléctrico e turbulências digitais, sempre em constante ebulição. Os diferentes registos vocais – em que se incluem Cosey Fanni Tutti também -, dão uma panorâmica riquíssima e ampliam o impacto de “Desertshore” para além do esperado. “The Final Report” é o retrato fiel das sessões de estúdio em formato trio, e um retrato ainda mais autêntico do poder criativo deste projecto. Intenso, sempre em exploração sonora, a escolha destes temas sugere aquilo que tínhamos percebido em 2010: os X-TG podiam voltar a ter as luzes da ribalta pós-industrial, numa altura em que a electrónica mais experimental volta a pisar os mesmos terrenos que um dia pertenciam em exclusivo ao tremendo capital sonoro dos Throbbing Gristle. Esta edição torna-se assim imprescindível, juntando estas duas metades de uma despedida numa edição limitada de design especial.